segunda-feira

Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção, Sobreexplotadas ou Ameaçadas de Sobreexplotação

O processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. Semelhante ao surgimento de novas espécies, a extinção é um evento natural: espécies surgem por meio de eventos de especiação (longo isolamento geográfico, seguido de diferenciação genética) e desaparecem devido a eventos de extinção (catástrofes naturais, surgimento de competidores mais eficientes).
Normalmente, porém, o surgimento e a extinção de espécies são eventos extremamente lentos, demandando milhares ou mesmo milhões de anos para ocorrer. Um exemplo disso foi a extinção dos dinossauros, ocorrida naturalmente há milhões de anos, muito antes do surgimento da espécie humana, ao que tudo indica devido à alterações climáticas decorrentes da queda de um grande meteorito.
Ao longo do tempo, porém, o homem vem acelerando muito a taxa de extinção de espécies, a ponto de ter-se tornado, atualmente, o principal agente do processo de extinção. Em parte, essa situação deve-se ao mau uso dos recursos naturais, o que tem provocado um novo ciclo de extinção de espécies, agora sem precedentes na história geológica da terra.
Atualmente, as principais causas de extinção são a degradação e a fragmentação de ambientes naturais, resultado da abertura de grandes áreas para implantação de pastagens ou agricultura convencional, extrativismo desordenado, expansão urbana, ampliação da malha viária, poluição, incêndios florestais, formação de lagos para hidrelétricas e mineração de superfície. Estes fatores reduzem o total de habitats disponíveis às espécies e aumentam o grau de isolamento entre suas populações, diminuindo o fluxo gênico entre estas, o que pode acarretar perdas de variabilidade genética e, eventualmente, a extinção de espécies.
Outra causa importante que leva espécies à extinção é a introdução de espécies exóticas, ou seja, aquelas que são levadas para além dos limites de sua área de ocorrência original. Estas espécies, por suas vantagens competitivas e favorecidas pela ausência de predadores e pela degradação dos ambientes naturais, dominam os nichos ocupados pelas espécies nativas. Com o aumento do comércio internacional, muitas vezes indivíduos são translocados para áreas onde não encontram predadores naturais, ou ainda são mais eficientes que as espécies nativas no uso dos recursos. Dessa forma, multiplicam-se rapidamente, ocasionando o empobrecimento dos ambientes, a simplificação dos ecossistemas e a extinção de espécies nativas.
Espécies ameaçadas são aquelas cujas populações e habitats estão desaparecendo rapidamente, de forma a colocá-las em risco de tornarem-se extintas. A conservação dos ecossistemas naturais, sua flora, fauna e os microrganismos, garante a sustentabilidade dos recursos naturais e permite a manutenção de vários serviços essenciais à manutenção da biodiversidade, como, por exemplo: a polinização; reciclagem de nutrientes; fixação de nitrogênio no solo; dispersão de propágulos e sementes; purificação da água e o controle biológico de populações de plantas, animais, insetos e microorganismos, entre outros. Esses serviços garantem o bem estar das populações humanas e raramente são valorados economicamente.
A conservação da biodiversidade brasileira para as gerações presentes e futuras e a administração do conflito entre a conservação e o desenvolvimento não sustentável são, na atualidade, os maiores desafios do Ministério do Meio Ambiente.
O MMA tem, portanto, enormes responsabilidades em relação às espécies ameaçadas de extinção. Em primeiro lugar, destaca-se a elaboração das listas das espécies ameaçadas, com a finalidade de quantificar o problema e permitir o direcionamento de ações para solucioná-lo; em segundo, a proteção e a recuperação dessas espécies; e em terceiro, e talvez o mais complexo, o desenho de um modelo de desenvolvimento que assegure a utilização sustentável dos componentes da biodiversidade.
Estes objetivos não podem, entretanto, ser alcançados individualmente por um Ministério ou isoladamente pelo governo mas, tão somente, por meio de uma efetiva aliança e de uma concertada ação nacional, que deve envolver as esferas de governo federal, estadual e municipal, além dos setores acadêmico-científico, não-governamental e empresarial.

sexta-feira

Leve sua sacola retornável às compras no Dia do Consumidor Consciente

Neste 15 de outubro, para comemorar o Dia do Consumidor Consciente, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) pergunta aos consumidores: Onde está a sua ecobag? . O objetivo é estimular o consumidor a levar a sua sacola retornável para passear e evitar as sacolas plásticas que tanto prejudicam o meio ambiente, entupindo bueiros, causando enchentes, poluindo mares e matando tartarugas. Para ser consumidor consciente não basta ter sua linda sacola retornável de enfeite em casa, é preciso usá-la!
Em 2009, o desafio de "Um dia sem sacolas plásticas" foi aceito. Muita gente apoiou, comprou ecobags e, em um ano de campanha Saco é um Saco, fortalecida pela parceria com grandes redes de supermercados e empresas, foi possível evitar o consumo de cerca de 1 bilhão de sacolas plásticas.
A consciência sobre os impactos das sacolinhas no meio ambiente cresceu, como também as vendas de ecobags. Item de venda, acessório fashion ou reflexo da preocupação ambiental, o fato é que as sacolas retornáveis se alastraram pelo Brasil. Mas onde estão as sacolas retornáveis? Essa é a pergunta que o MMA faz neste Dia do Consumidor Consciente. Se tantas ecobags foram vendidas, por que não vemos mais consumidores utilizando-as no dia-a-dia?
Depois de conscientizar e de mostrar os impactos das sacolas plásticas no meio ambiente, o momento é de mudar velhos hábitos na prática. Agora os consumidores estão sendo convocados a tirarem suas ecobags do armário de casa ou do porta-malas do carro para transportarem tudo o que consumirem, sejam as compras de supermercado, de roupas, de livros, de eletrônicos ou de brinquedos.
Incentivo do setor privado - Neste ano grandes empresas também toparam o desafio e estão apoiando a campanha. A Unilever doou mil sacolas retornáveis, que serão distribuídas pelo Homem-Ecobag no dia 15 de outubro, no estande do MMA, montado na 29ª Feira do Livro de Brasília, que acontece no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.
Quem passear pela Feira ainda vai ganhar fitinhas do estilo Senhor do Bomfim, doadas pelo Carrefour, com mensagens personalizadas para lembrar o brasileiro a levar sua ecobag quando for às compras. Ao todo, serão distribuídas duas mil fitinhas na Feira do Livro. Quando amarrar sua fitinha e fizer os três pedidos de Consumidor Consciente, que tal mentalizar um mundo livre de sacolas plásticas, praias e ruas sem lixo e um futuro mais limpo para todos?
Outras duas mil fitinhas doadas pela rede de supermercados serão distribuídas pela Secretaria do Ambiente do Rio de Janeiro às pessoas que passarem pela Cinelândia ou pela Praça XV, no centro do Rio.
Ainda no dia 15, o próprio Carrefour distribuirá mais duas mil fitinhas em São Paulo, na loja de Pinheiros, e promoverá o "Dia da Sacola Cheia" para divulgar o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis do MMA e apresentar os resultados alcançados nas lojas de Piracicaba e Jundiaí, ambas no interior de São Paulo, onde as sacolas plásticas foram banidas. No mesmo dia, o Carrefour lança na web o vídeo "Onde está sua ecobag?". A ideia é ampliar a divulgação da campanha e contagiar os internautas para que o vídeo se torne uma verdadeira febre online.
Durante todo o dia 15, as operadoras de celular, TIM e Vivo, vão enviar mensagens sobre consumo consciente aos seus mais de 40 mil e 66 mil seguidores do Twitter, respectivamente.
Já a livraria Saraiva distribuirá 150 mil marcadores de páginas do Dia do Consumidor Consciente nas lojas da rede, que ainda terão banners instalados com a identidade visual da campanha Saco é um Saco.
Curtas de animação - Para marcar a data, o MMA e o Ministério da Cultura lançam a segunda edição do concurso de curtas de animação, o 2º CineAmbiente, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, às 16 horas. Na oportunidade, serão exibidos em primeira mão os curtas premiados no 1º CineAmbiente, promovido em 2009.
Para o 2º CineAmbiente serão selecionados dez projetos e cada um receberá R$ 20 mil para produções de 1 minuto sobre o tema "Consumo Sustentável e Biodiversidade". A principal janela de exibição dos curtas será o circuito Tela Verde do MMA e as TVs públicas. As inscrições ficam abertas até dia 20 de novembro. Edital e Informações: disponíveis no site do Ministério da Cultura -http://www.cultura.gov.br/site/2010/10/05/cine-ambiente//
Participe - Apesar de prática, quando aceitamos uma sacola na locadora, na farmácia ou na padaria, não temos noção que, anualmente 1 trilhão delas são descartadas inadequadamente no meio ambiente mundial.
No Brasil , estima-se que 1,712 milhão de sacolas plásticas são consumidas a cada hora. Com uma conta rápida chegamos aos 41 milhões em 24 horas, 1,25 bilhão por mês e 15 bilhões por ano . Imagine quantos recursos naturais podem ser poupados em um único dia de consumo consciente.
Use sua ecobag e ajude a diminuir o impacto ambiental causado pelas sacolinhas plásticas. No dia 15 de outubro adote um novo hábito de vida, contribua para diminuir esses números e se torne mais um consumidor consciente capaz de transformar a vida no Planeta. O importante é assumir um compromisso com a sustentabilidade ambiental e adotar hábitos em favor de um futuro menos descartável.
Saco é um saco. Pra cidade, pro Planeta, pro Futuro e pra Você. Recuse, reduza, reutilize! Lembre da sua ecobag.

ANO DA BIODIVERSIDADE E FLORESTAS







Você é biodiversidade. A maior parte do oxigênio que você respira vem do plâncton dos oceanos e das exuberantes florestas ao redor do globo. As frutas e verduras que você come provavelmente foram polinizadas por abelhas, e a água que você bebe é parte de um imenso ciclo global que envolve você, nuvens, chuvas, geleiras, rios e oceanos.

Nossa dieta depende quase inteiramente de plantas e animais ao nosso redor, desde gramíneas que nos dão o arroz e o trigo, até o peixe e a carne, originados tanto de áreas selvagens quanto manejadas. Seu corpo contém mais de 100 trilhões de células e está conectado com tudo à sua volta e ao resto do mundo, por meio de um maravilhoso sistema complexo e infinito.

Você compartilha seus átomos com cada ser e objeto do mundo natural e, neste sentido, você é ao mesmo tempo velho e inconcebivelmente jovem. Biodiversidade é vida, sua vida é biodiversidade e biodiversidade é você. Juntamente com você, 13 milhões de espécies vivas diferentes compartilham o planeta, incluindo plantas, animais e bactérias, das quais apenas 1,75 milhões foram nomeadas e registradas. Esta incrível riqueza natural é um tesouro inestimável que constitui a base fundamental do bem-estar humano. Os sistemas e processos desses milhões de seres fornecem coletivamente o alimento, a água e o ar que você respira - os fundamentos básicos da vida.

Como se isso não bastasse eles também lhe fornecem madeira e matérias vegetais para mobiliário, construção e combustível, mecanismos que regulam o clima, controle de inundações e reciclagem do seu lixo, além de novos compostos e substâncias químicas a partir dos quais os medicamentos são feitos. Talvez você tome a biodiversidade como algo tão garantido e de forma tão óbvia ao redor de você, que às vezes é fácil esquecer que ela existe - que você é uma parte dela e não pode viver separado.

A contribuição da biodiversidade para a sua vida não é apenas prática, física ou funcional, é também cultural. A diversidade do mundo natural tem sido uma fonte constante de inspiração ao longo da história humana, influenciando as tradições, a forma como nossa sociedade tem evoluído e como tem sido o fornecimento de bens e serviços básicos sobre os quais o comércio e a economia são construídos. O desaparecimento de espécies únicas é uma perda que não pode ser calculada e nos deixa a todos muito mais pobres.

A perda de espécies ícones e simbólicas não é apenas uma tragédia cultural, mas também ameaça a nossa própria sobrevivência. A bela e generosa diversidade do mundo natural tem sido destruída como resultado de atividades humanas. A derrubada ou queima de florestas, a remoção de mangues, a agricultura intensiva, o stress da poluição, a pesca excessiva e os impactos das alterações climáticas, todos estes fatores estão destruindo a biodiversidade.

Podemos parar esta perda, a questão é: conseguiremos?

O Ano Internacional da Biodiversidade é a nossa chance de provar que podemos.

quinta-feira

Mais limpo, mais barato...



Com alguma recompensa financeira ficas mais fácil ter consciência ecológica. Os ingleses terão em breve uma ajuda de custo para trocar seus carros velhos e sujos por modelos elétricos novos, que emitem apenas vapor dágua em vez de gases poluentes. Cada cidadão receberá 2 mil libras, o equivalente a R$ 6,5 mil. Assim, o preço final de um veículo recarregável pequeno ficará em torno de R$22 mil. Como o gasto médio anual de manutenção e combustível de um modelo a gasolina é de R$ 9,8 mil a mais do que o de um similar recarregável na tomada, o investimento retornará em pouco mais de dois anos.

O plano foi anunciado pelo primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, em entrevista ao Independent. A medida deverá começar a vigorar em 2011, quando a indútria britânica puder suprir a demanda a preços acessíveis. Na semana passada o prefeito de Londres, Boris Johnson, também comunicou a criação de 25 mil postos de carregamento elétrico nos próximos seis anos. Até 2015, diz o prefeito, a capital inglesa deverá ter 100 mil carros elétricos. Esses veículos estarão ainda isentos da chamada "congestion charge", a taxa de obrigatória por circulação no centro da cidade.


Pelo ao menos 11 países na Europa já subsidiam a troca de carros antigos por modelos recém-fabricados. A Alemanha lançou um desses planos no início do ano. Os carros substituidos devem ter no mínimo nove anos de uso. Inicialmente seriam beneficiados 600 mil proprietários, com um investimento total de 1,5 bilhão de euros (R$ 4,3 bilhões). No início de abril o programa foi estendido a pelo ao menos 1 milhão de motoristas, com fundos equivalentes a R$ 14,4 bilhões. O subsídio ecológico fez as vendas de modelos pequenos, como o Fox e o Golf, cresceram 40% em março em relação ao mês anterior.


Dois projetos de lei semelhantes estão sendo avaliados nos Estados Unidos. Os valores de ajuda variam entre US$ 2,5 mil e US$ 5 mil (R$ 5,4 mil a R$ 10,9 mil). O objetivo de todos esses programas é reduzir a emissão de gases estufa. Mas há quem se mostre cético. "Ninguém garante que o usuário vá comprar um modelo popular e não um esportivo beberrão", disse Gerd Lottsiepen, porta-voz da Associação Alemã de Tráfego, à agência Deutsche Welle. Por obrigar o motorista a comprar um carro elétrico a medida inglesa pode ser mais eficaz - desde que a produção desses veículos, por enquanto praticamente restrita a protótipos, acompanhe as boas intenções ecológicas.

domingo

Comunidades recebem 5,5 milhões de hectares no aniversário do ICMBio

O terceiro aniversário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi comemorado hoje (27/8) com a assinatura de políticas públicas que beneficiam todas as regiões do País. Entre as ações, a assinatura da concessão de Direito Real de Uso de 5,5 milhões de hectares de terras para comunidades tradicionais que vivem em unidades de conservação, além da criação de seis reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) e da doação de 65 mil metros cúbicos de madeira ao Ministério do Desenvolvimento Social.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou a importância das medidas. As terras cedidas para uso das comunidades são de domínio da União, localizadas em unidades de conservação na Amazônia. A cessão é resultado de uma Portaria Interministerial, de março deste ano, que regulariza a transferência de áreas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ao ICMBio.
"Agora a terra é nossa, trabalhamos assegurados", ressaltou Pedro Jonas, da comunidade Lago de Capanã Grande, que fica na Reserva de Extrativismo Manicoré, no Amazonas. Para entender o que significa a titulação para ele, basta pensar que as 200 famílias do povoado chegaram a ser condenadas a pagar uma indenização reivindicada por um pretenso proprietário da área, que lhes cobrava renda pela produção, mas a situação foi revertida em recurso judicial. O título os inclui como beneficiários de outras políticas públicas, como por exemplo, o acesso a crédito. Por meio de programas do MMA, as famílias aprenderam a colher e tratar a castanha de modo que o alimento tenha mais qualidade e mais preço no mercado.
Durante a solenidade, a Superintendência do Patrimônio da União e a SPU-DF entregaram um terreno para construção da sede do ICMBio, no Setor de Clubes Sul, em Brasília. Foram ainda doados 65 mil metros cúbicos de madeiras apreendidas em unidades de conservação como apoio a ações do Ministério do Desenvolvimento Social e foram assinados diversos atos, como a criação de seis RPPNs e aprovação de planos de manejo em unidades de todas as regiões do Brasil.
Ao final do evento, Izabella Teixeira ressaltou a participação dos servidores dos órgãos ambientais nas conquistas para a conservação da natureza e geração de renda. A ministra lembrou que no local em que foi comemorado o aniversário do ICMBio, o Parque Nacional de Brasília, morou o ecologista José Lutzenberger, quando foi secretário do Meio Ambiente (não existia ministério), entre 1990 a 1992. Quando ele falava em reciclagem pensava-se que ele era um sonhador. Agora, em Belo Horizonte, por exemplo, teriam que ser contratados 40% a mais de garis se não fossem os catadores . Ela se referia à organização das cooperativas da capital mineira que é exemplo para o País, e à Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2 de agosto, que representa uma das importantes conquistas ambientais e para a inclusão social.

sexta-feira

Seminário debate infraestrutura e meio ambiente

Água, energia e transportes - setores incluídos entre as chamadas infraestruturas críticas - entraram na pauta do Ministério do Meio Ambiente na última semana. O secretário de Recursos Hídricos, Silvano Silvério, e o analista Bruno Carvalho participaram de seminário, promovido pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, onde foram debatidos os impactos ambientais em caso de acidente envolvendo esse tipo de instalações.
Além da segurança da infraestrutura, o encontro serviu para identificar onde estão os pontos mais vulneráveis e discutir estratégias emergenciais para prevenir e enfrentar acidentes envolvendo impactos ao meio ambiente. Para os técnicos do MMA, neste tipo de infraestrutura o risco ambiental está presente desde a fase de instalação até a de operação.
O seminário reuniu representantes dos comandos das Forças Armadas, ministérios da Fazenda, do Meio Ambiente e da Justiça, Itaipu, Banco Central, Inpe e Defesa Civil. O objetivo do seminário foi a troca de informações entre as instituições e a importância da atuação de cada uma delas em casos de acidentes. O rol das infraestruturas críticas envolve também o sistema financeiro e de comunicações.

quinta-feira

Distorção política agrava situação nas regiões secas.


A visão distorcida dos políticos e a insistência dos Estados Unidos em resolver as diversas questões de conflitos nas regiões áridas e semiáridas do planeta com força militar são mais cruciais para seus habitantes do que os entraves e os problemas acarretados pelas mudanças climáticas. Este foi o foco central da palestra do economista Jeffrey Sachs, conselheiro especial do Secretário Geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, hoje (18), na 2ª Conferência Internacional: Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid 2010), em Fortaleza (CE).
Sachs disse que não há dúvida de que as regiões secas são as mais afetadas pelas alterações do clima e que esse fator também contribui para os conflitos que elas abrigam. "Mas não é despachando tropas militares para preservar a política de interesses dos países ricos nessas áreas que os problemas serão resolvidos", completou.
Na opinião do economista, estamos muito próximos de uma situação climática irreversível para o planeta. "Todos serão afetados indistintamente", ressaltou Sachs, que também é professor de Desenvolvimento Sustentável, e de Política de Gestão da Saúde da Universidade Columbia, dos Estados Unidos.
Em sua apresentação, Jeffrey Sachs disse que os Estados Unidos deveriam melhorar seus conhecimentos sobre as áreas conflituosas do mundo, que são exatamente aquelas inseridas nas regiões áridas e semiáridas, onde estão as populações mais pobres e necessitadas. "Nelas, os engenheiros militares seriam mais úteis ensinando a cavar poços para a procura de água do que desenvolvendo artefatos bélicos", opinou.
O especialista pediu que lhe seja enviada uma cópia da Carta de Fortaleza, documento que deve reunir as questões sugeridas pela Icid 2010 para a Rio+20, em 2012, para que ela seja incorporada na próxima reunião do Conselho de Segurança da ONU, agora em setembro. "Tenho certeza que a sugestão será acatada pelo secretário Ban Ki-moon, que é sensível as questões climáticas em nível mundial", disse Sachs.
Ele também sugeriu a criação de um órgão que congregue líderes e governantes de países que estão nas regiões áridas e semiáridas para que pressionem os países desenvolvidos a que dediquem mais recursos, apoio, ciência e tecnologia às suas áreas como forma de ajuda para resolver seus problemas, "que embora locais, refletem em todo mundo".

Brasil já tem R$ 200 milhões para combater os efeitos das mudanças climáticas


Fundo Clima é o primeiro do mundo a usar recursos do petróleo e está com R$ 200 milhões garantidos para ações de mitigação e adaptações aos efeitos das mudanças climáticas no Brasil em 2011



O Fundo Nacional de Mudanças Climáticas já tem garantidos R$ 200 milhões para investimento em ações de mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas no Brasil em 2011. A informação é da secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiental, Branca Americano, e foi dada nesta quarta-feira (18), durante mesa redonda Estratégias de Financiamento para o Desenvolvimento Sustentável da Região Semiárida , na II Conferência Internacional: Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid 2010).
A secretária explicou aos participantes que o chamado Fundo Clima terá recursos garantidos todos os anos. "60% dos recursos serão do petróleo. Isso não implicou em nova carga tributária. Era um dinheiro que já existia. Então, foi mudada a lei do petróleo sobre impactos ambientais, que agora direciona parte dos recursos para esse fundo", disse. Segundo a secretária, o comitê gestor do fundo será instalado ainda neste ano.
O Fundo Clima foi criado no final do ano passado e é o primeiro do mundo a usar recursos do petróleo no combate às mudanças climáticas. Com um orçamento que poderá chegar a R$ 1 bilhão por ano, o dinheiro será aplicado em pesquisas e ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, ajudando regiões vulneráveis, como a região semiárida, que sofre com a seca, e os litorais, com risco de alagamento.
Branca Americano ressaltou, ainda, que o combate à alteração do clima está em consonância com o desenvolvimento sustentável, o crescimento econômico, a erradicação da pobreza e a redução da desigualdade social. "Isso significa ter um novo padrão de desenvolvimento para a região", salientou.
Para que haja desenvolvimento sustentável, na opinião de Branca, o Brasil deverá aproveitar o potencial natural para reduzir os impactos no País, principalmente na região Nordeste. "Vão aumentar variabilidades e vulnerabilidades. As chuvas serão mais concentradas e poderão vir em momentos ruins para plantações e terão anos ainda mais secos", alertou.
O pequeno produtor rural será o mais afetado pelas variações climáticas no semiárido. De acordo com a secretária, para enfrentar o problema é preciso conhecer as vulnerabilidades e mapeá-las. Com essas informações, serão criadas ações de mitigação e adaptação mais efetivas. "É preciso desenvolver projetos econômicos adequados à nova realidade, como em parceria com a Embrapa, para dar mais possibilidade ao pequeno produtor de enfrentar o problema climático", enfatizou.
A secretária Branca também afirmou que o MMA vai priorizar o semiárido na aplicação dos recursos do Fundo Clima, principalmente para adaptação. "Pensar em adaptação é uma oportunidade para agir. E isso é fundamental, porque as mudanças climáticas vão atingir de forma perversa a região." Como alternativa, Branca citou o sistema REDD (Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação), que é um estímulo ao reflorestamento por gerar crédito de carbono.
Cenários
À tarde, a secretária Branca Americano coordenou a mesa de debates sobre Cenários das Mudanças Climáticas para Regiões Semiáridas. Especialistas mostraram as complexidades das informações no enfrentamento às mudanças climáticas.
O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Nobre, defendeu a criação de sítios de observação no Brasil para poder entender as variações climáticas da região semiárida. Segundo ele, a variação climática é muito grande, o que torna difícil traçar cenários de seca e de chuvas. Branca, por sua vez, destacou o alto custo para se conseguir informações e disponibilizá-las para pesquisas e políticas públicas. "No entanto, isso não pode ser justificativa de inação", concluiu.

...e o encontro dos céticos


O céticos defendem posições diversas. Alguns dizem que as mudanças climáticas têm causas naturais, como a proximidade do sol ou os ciclos oceânicos, e não partem da ação do homem. Outros dizem que o homem provoca, sim, aquecimento global, mas os efeitos não são tão catastróficos. Por contestar a voz dominante essa turma ganhou fama de radical. Mas agora também critica quem defende o sol como único causador pelo aquecimento. Atribuir o fenômeno a uma só causa, humana ou não, é um erro, afirma.

O encontro dos crentes...

A principal corrente do ambientalismo diz que a mudança climática se deve principalmente à ação do homem. A posição foi mantida por biólogos, meteorologistas e físicos partidários dessa linha na semana passada durante encontro em Copenhage, na Dinamarca. Os pesquisadores apresentaram cerca de 1,5 mil artigos científicos, alguns inéditos.
A conferência foi uma espécie de prévia do próximo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), que será realizado também na capital dinamarquesa em dezembro. O tom:pessimismo.
Um dos dados apresentados foi o do aumento do nível dos mares, duas vezes mais rápido do que o previsto há dois anos, informa a Ecnomist. As águas poderão subir entre 50 e 100 centímetros até 2100. É fenômeno decorrente do degelo dos dois polos, provocado pela emissão de gases que formam o efeito estufa. Cerca de 600 milhões de pessoas vivem em áreas que podem ser inundadas. Outro estudo, este feito pela Nasa aponta que o calor absorvido no Ártico quadruplicou nos últimos 30 anos. A conclusão do encontro: a ação do humano deve parar - e já. 

Uma nova geografia (Aquecimento global redefine fronteira entre Itália e Suiça)


MATTERHORN, NO LADO SUIÇO

As fronteiras entre os países sempre foram estabelecidas por guerras ou por tratados diplomáticos. Em tempos atuais, são defenidas também pelo aquecimento global. Uma nova demarcação entre Itália e França deverá ser aprovada no Parlamento italiano no final deste mês. O motivo: com o derretimento das geleiras, verificou-se que "nem sempre a linha do cume coincide com a montanha que está por baixo", afirmou o deputado Franco Narducci, autor do projeto de lei. Onde não há mais neve a divisão será o topo da rocha.
A atual fronteira entre os dois países foi demarcada em 1861, com a formação do reino da Itália, e sofreu pequenas alterações até a década de 1970. Uma comissão de especialistas italianos e suiços verificou recentemente a diminuição das geleiras em torno do monte Cervino, também chamado de Matterhorn no lado suiço. A linha exata formada pelas montanhas será estabelecida por imagen aéreas. O deputado Narducci irá propor a mesma negociação para França e Áustria, diz a CNN.
A nova lei será votada apenas pela Itália. É mera formalidade. Os dois países já trocaram protocolos a respeito. O tratado slterará o domínio dos territórios em no máximo 100 metros. Como são áreas inabitadas ninguém terá de trocar a nacionalidade. A mudança, portanto, é simbólica. O derretimento da neve nos Alpes preocupe os ambientalistas há algum tempo. Estima-se que, nos cumes, a temperatura tenha subido até 6 graus celsius nas últimas três décadas. Cientistas do Instituto de Ecologia do Tirol do Sul, na Itália, alertam para chuvas cada vez mais intensas devido ao aquecimento.
A ausência de neve ameaça até o turismo de inverno local. Atualmente 80% das pistas de esqui da região central dos Alpes são artificiais, diz a agência Deutche Welle. Estações tradicionais, como a Zermatt, na Suiça, começam a se preparar para temporadas sem neve e investem na construção de spas, restaurantes e shopping centers para atrair turistas dispostos simplesmente a descançar.