quinta-feira

Mais limpo, mais barato...



Com alguma recompensa financeira ficas mais fácil ter consciência ecológica. Os ingleses terão em breve uma ajuda de custo para trocar seus carros velhos e sujos por modelos elétricos novos, que emitem apenas vapor dágua em vez de gases poluentes. Cada cidadão receberá 2 mil libras, o equivalente a R$ 6,5 mil. Assim, o preço final de um veículo recarregável pequeno ficará em torno de R$22 mil. Como o gasto médio anual de manutenção e combustível de um modelo a gasolina é de R$ 9,8 mil a mais do que o de um similar recarregável na tomada, o investimento retornará em pouco mais de dois anos.

O plano foi anunciado pelo primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, em entrevista ao Independent. A medida deverá começar a vigorar em 2011, quando a indútria britânica puder suprir a demanda a preços acessíveis. Na semana passada o prefeito de Londres, Boris Johnson, também comunicou a criação de 25 mil postos de carregamento elétrico nos próximos seis anos. Até 2015, diz o prefeito, a capital inglesa deverá ter 100 mil carros elétricos. Esses veículos estarão ainda isentos da chamada "congestion charge", a taxa de obrigatória por circulação no centro da cidade.


Pelo ao menos 11 países na Europa já subsidiam a troca de carros antigos por modelos recém-fabricados. A Alemanha lançou um desses planos no início do ano. Os carros substituidos devem ter no mínimo nove anos de uso. Inicialmente seriam beneficiados 600 mil proprietários, com um investimento total de 1,5 bilhão de euros (R$ 4,3 bilhões). No início de abril o programa foi estendido a pelo ao menos 1 milhão de motoristas, com fundos equivalentes a R$ 14,4 bilhões. O subsídio ecológico fez as vendas de modelos pequenos, como o Fox e o Golf, cresceram 40% em março em relação ao mês anterior.


Dois projetos de lei semelhantes estão sendo avaliados nos Estados Unidos. Os valores de ajuda variam entre US$ 2,5 mil e US$ 5 mil (R$ 5,4 mil a R$ 10,9 mil). O objetivo de todos esses programas é reduzir a emissão de gases estufa. Mas há quem se mostre cético. "Ninguém garante que o usuário vá comprar um modelo popular e não um esportivo beberrão", disse Gerd Lottsiepen, porta-voz da Associação Alemã de Tráfego, à agência Deutsche Welle. Por obrigar o motorista a comprar um carro elétrico a medida inglesa pode ser mais eficaz - desde que a produção desses veículos, por enquanto praticamente restrita a protótipos, acompanhe as boas intenções ecológicas.